Rimbaud na veia

Ma Bohème (Fantasie)
Rimbaud

Je m' en allais, les poings dans mes poches crevées;
Mon paletot aussi devenait idéal;
J' allais sous le ciel, Muse! et j' étais ton féal;
Oh! là là! que d' amours splendides j' ai rêvées!

Mon unique culotte avait un large trou.
- Petit-Poucet rêveur, j' égrenais dans ma course
Des rimes. Mon auberge était à la Grande-Ourse.
- Mes étoilles au ciel avaient un doux frou-frou.

Et je les écoutais, assis au bord des routes,
Ces bons soirs de septembre où je sentais des gouttes
De rosée à mon front, comme un vin de vigueur;

Où, rimant au millieu des ombres fantastiques,
Comme des lyres, je tirais des élastiques
De mes souliers blessés, un pied près de mon coeur!

Não falo e muito pouco entendo da lingua francesa, falha minha que nunca procurei estuda-la. Mas que sonoridade e sensualidade! Todas as palavras de amor deveriam ser ditas em francês....
A propósito toda esta inspiração a esta hora da manhã se deve a Rimbaud e seu "O eu é um outro", que estou lendo para ver onde ele me ajuda a explicar o título do meu TCC: Dos meus muitos eus.....

" Só porque alguém não te ama como tu queres, não significa que não te ama com todo o seu ser".

"Um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade".

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver".

Gabriel Garcia Márquez

Voltando...

Dois meses que não passei por aqui, que meu compromisso com a escrita foi totalmente direcionado para o famigerado e lendário trabalho de conclusão de curso. Finalmente hoje dou por vencida a primeira etapa. Apresentei o trabalho para a primeira banca e vim muito feliz com o resultado. Aliás, esta é até agora uma semana que vai indo bem atípica, coisas que projetei fazer e que na última hora deram errado como ontem que não pude ir a abertura do Arte e Expressão, muito embora tivesse me programado para isto. E o que dizer quando coisas que se julgava como já fazendo parte apenas do passado e que inesperadamente se fazem presente? Realmente quando se pede muito por algo tem que ser pelo que se quer de verdade porque sempre corremos o risco de ter o pedido atendido até mesmo quando já perdemos esta esperança há muito tempo. Pelo menos pela primeira vez em quase dois anos posso dizer que hoje vou dormir "ligeiramente" feliz embora tenha ouvido com muita atenção a letra desta música que ilustra minhas palavras...

http://www.youtube.com/watch?v=3ejNPaO3apQ

Enquanto isso faço aqui o registro sobre a percepção apurada de uma de minhas professoras da banca a respeito do quadro aí acima: "estes olhos mostram dor....", de fato ainda doia muita coisa quando pintei os meus olhos feito poço sem fundo.

A demora exagerada das coisas...

Faz mais de mes que não escrevo nada por aqui...falta de tempo, de inspiração, preguiça mesmo, sei lá. Talvez a palavra seja motivação; falta de motivação. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Ou não, na verdade há uma espectativa de coisas novas que estão difíceis de acontecerem. Nem sempre a gente consegue ter o controle das coisas mesmo que elas sejam importantes para a gente. Mas demorando ou não espero que tudo se resolva pelo melhor.
Por enquanto fico olhando para este nascer do sol e esperando que tudo seja bom assim...

NBP eu e você

AINDA SOBRE O NBP

O NBP tem em sí as possibilidades do emblemático.
Ele pode ser um agregador ou simplesmente o complemento do pensador solitário.
Sua simples lembrança, sem a materialidade presente, pode suscitar grandes encontros. Ele é antes de mais nada um provocador, quer seja de ações ou de posicionamentos. Ninguém que tenha um contato com ele o faz impunemente ou pode se declarar imune ao seu magnetismo. De qualquer modo terá sido tocado por ele mesmo que apenas de leve.
O NBP tem todo o perfil do agregador, do líder que chama e reúne em seu nome e pelas possibilidades que trás em si.
Ele é a própria idéia que se dissemina, avança e produz percursos, alguns mais sutis outros mais marcantes. É algo situado entre as fronteiras do real e do imaginário, desfazendo-as continuamente.
Nele estão inseridas todas as matrizes capazes de gerar grandes transformações, inspirar idéias ou, no mínimo implantar a inquietação através da pergunta que inicia todo o processo. Grandes reflexões podem se iniciar a partir daí. Em torno de sua idéia grupos se reúnem, compartilham tempo e pensamentos deixando-se conduzir por seus percursos.
Para mim, em particular, continua prevalecendo a idéia inicial de que uma vez contaminada por ele, iniciei o processo virótico tal qual o de certas doenças auto-imunes, sem cura. Apenas que esta virose carrega como carga genética um potencial positivo que nos leva a traçar percursos e estabelecer reflexões evolutivas do pensamento.Torna-se um antídoto à estagnação da mente preguiçosa, um incentivador a desbravar novos caminhos, construir e executar diagramas abertos a possibilidades de renovação.
A presença dele marcada na minha pele é apenas um lembrete externo aos outros de que este é um processo interiorizado, visceral mesmo, um implante que voluntariamente elegi e que não só lançou novas bases para ao meu pensamento como também passou a ser mais um elemento constituinte de minha personalidade.

CHRONOS

Ainda sobre a passagem do tempo...o fluxo contínuo da vida...

http://www.youtube.com/watch?v=M_V_dfODNkU&feature=related

Mudanças são muito difíceis...

Nem uma semana faz ainda que começamos a maratona de olhar casas e já estou de saco cheio. Pudera! É um tal de agendar, olhar e até agora nada que agrade, de fato, a nós três. O pior é que o tempo vai passando e a gente tem a impressão de estar patinando no mesmo lugar. Em função disso voltei a ter insônia. Estou aqui pelo computador desde as cinco e meia da manhã. Este assunto tem tomado de tal forma a minha cabeça e o meu dia que nem tenho conseguido por meus pensamentos em ordem e tampouco a quantidade enorme de materiais referentes ao meu TCC. O tempo como sempre passa voando (para algumas coisas, tem outras que parecem se arrastar) e tenho tido a impressão que a segunda é seguida de perto pela sexta feira e nem há nada entre estes dois dias tal é a velocidade que tudo se dá. E, no entanto tem coisas que ainda caminham em passos de tartaruga . Agora, tenho que admitir, quando se sabe de antemão que uma grande mudança vai acontecer muitas coisas mudam na nossa maneira de olhar ao redor. Nos últimos dias tenho olhado com olhos diferentes a minha casa. Sei que falta pouco para que a gente se mude daqui. Por enquanto o para onde ainda é a incógnita mas a sensação de saudade desta casa já, aos poucos, começa a se estabelecer. Foram tantas as coisas que estas paredes testemunharam de nossas vidas. Afinal foram quase trinta anos morando aqui. Isto para mim, pois para o João Carlos mais complicado ainda, pois ele nasceu e cresceu nesta casa e só morou fora daqui dois anos e pouco. Mas pode ser que uma mudança de ares faça com que as coisas se renovem, tenham um brilho novo, novas expectativas, construir outras experiências. E, afinal, sempre que a saudade bater ainda vamos poder vir aqui e recordar, pois a casa permanece na família, a Lúcia vem para cá para dar continuidade e vida nova a quase centenária casa da família Badia. Que estes novos tempos sejam bem-vindos e bem resolvidos em nossas cabeças e corações!

Férias!

Este conceito de férias desta vez está atrapalhado por dois eventos distintos: um, a paralização efetuada pela universidade devido a famosa gripe, por outro lado, tem também uma quantidade imensa de leituras que precisarão estar em dia quando re-iniciarem as aulas. Já para primeira semana do segundo semestre há um trabalho marcado pelo meu orientador do TCC que tenho que produzir logo, logo, pra me estressar menos depois...enfim trabalho é o que não vai faltar até o final do ano. Paralelo a tudo isto tenho as novidades domésticas, pois estamos procurando casa para nos mudar. Hoje iniciamos as "alegres" visitações as casas candidatas. Esta aqui será a nova residência da Lúcia, Anderson e seus filhotes felinos! Como adiantamento, a Lua já voltou para casa desde a viagem deles, no meio do mes passado. Bom ter de volta em casa esta gata preta que é um modelo de realeza. Agora mesmo ela estava aqui me fazendo companhia num de seus lugares prediletos, em cima do computador. Ah estes gatos que acompanham os avanços tecnológicos....todas as meninas daqui de casa tem um especial apreço pelos computadores. Pronto, ela fez alguma excursão não sei por onde e voltou para o lugar onde estava do alto da CPU, de onde pode controlar melhor os movimentos das demais membros da clã felina interna aqui de casa. O que será que passa por esta cabecinha?

Doideras...

Daqui para frente já vi que terei que voltar a um velho hábito: o de ter um caderno e lápis ao lado da cama para o caso de acordar com textos prontos para irem para o papel. esta manhã foi um desses acontecimentos. Como não estava prevenida para a escrita precisei primeiro levantar, vir ao meu escritório, localizar um caderno para poder deitar o verbo. Resultado é que algumas coisas se perderam pelo caminho...

Mas só para ilustrar o tipo de coisa que acorda na minha cabeça (nada que se aproveite, só besteira...)lá vai:

Falar de sí mesmo, tremenda redundância! No meu caso acrescida de redondância, porque a cada dia que passa mais me parece com um quadro de Jenny Saville. Basta abrir um livro para ler uma série de "eu mesmo", "nós mesmos" e até "sí próprio", que horror!

É o cúmulo da afirmação da própria identidade. Não sei o que deu em mim (mesma?) mas acordei de madrugada, mais de uma vez pensando nestas bobagens que escrevo agora, será que foi alguma "variação" ou "variedade" como diziam os antigos, resultante da febre? Não sei nem se esta noite ainda tive febre. Mas sei que sonhei muitas loucuras e entre elas acordava suando e pensando sobre o assunto que abriu este pequeno comentário.

Feliz aniversário pra' mim!!!

Eu numa foto da série Precaridade

Há uma semana fiz aniversário.

Depois de uma "certa" idade isto é difícil; admitir que a cada ano que passa vamos ficando mais velhos querendo ou não.

Eu, sinceramente me nego a envelhecer. No meu pensamento sou sempre jovem, pena que o exterior começa a dar sinais de cansaço.

Ah, se a gente pudesse voltar atrás no tempo e ter novamente 20 anos, mas apenas no corpo. e no espírito ter a idade real, nem um dia a menos, que maravilha seria.

Pena que isso não pode se realizar, o efeito borboleta parece que só funciona nos filmes mesmo....

“A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, nada significando”.

"A vida é só uma sombra:um mau ator que grita e se debate pelo palco, depois é esquecido; é uma história que conta o idiota, todo som e fúria, sem querer dizer nada. "
Macbeth William Shakespeare

A frase acima foi dita por Macbeth em um momento de dor.

A vida é uma novela que precisa que tenhamos inspiração para escreve-la a cada dia.

O significado que damos ou não a ela só depende de nós, se formos os idiotas de que fala a frase, bem aí realmente ela não vai significar muita coisa mesmo e nem valerá a pena ser contada.

Bom, deixando esta filosofia toda de lado.....vamos a algumas realidades.

Recém hoje que consigo dar uma parada por aqui. Sabe como é, final de semestre e vários trabalhos para fazer e entregar, é uma corrida contra o tempo, sem dúvida. Pior de tudo é que a gente tanto acostuma a este rítmo que quando entra de férias, estranha, e muito, a falta da corrida diária.

Volto ao trabalhinho que deixei em outra janela me esperando, até qualquer hora...

A Bienal do Mercosul está próxima

A cada semana tenho a impressão que o tempo acelera cada vez mais. Tenho tão nítida a lembrança de domingo passado, diga-se de passagem um domingo ótimo, como há muito tempo não passava...um dia lindo passado junto a amigos. E hoje já é quase domingo de novo. Esta semana passou voando.

Na quinta fui a POA, como colunista e o João Carlos como fotógrafo, para a coletiva para imprensa que a Bienal do Mercosul realizou. Aliás Lília, eu e a equipe do Jornal Folha das Artes estamos muito felizes com o reconhecimento de nosso jornal. Sim, pois o convite que recebemos da equipe de organização da Bienal foi fruto deste reconhecimento de que o Folha das Artes, embora pequeno, é de fato um jornal voltado para a divulgação da arte, principalmente em nossa cidade. A Bienal deste ano, a sétima traz uma proposta ótima, de, entre outras coisas desmistificar os artistas e traze-los para mais perto do povo.

Tomara que realmente isto aconteça e tenhamos uma boa Bienal. Enquanto isso nos aqui por Pelotas estamos na espera da volta de Basbaum para realizar sua etapa de Artista em Disponibilidade por aqui.

Em tempo, esta é a primeira postagem que faço de meu novo computador, o Tataco. Ainda estou me adaptando a ele, mas tenho certez\a que seremos grandes companheiros, assim como somos o Resident Evil e eu.

Amanhã, pretendo voltar por aqui e escrever um pouco mais, afinal, este exercício da escrita tem que ser realizado muitas e muitas vezes se eu quiser que meu TCC funcione...

Boa noite!

Saudade do jardim secreto

Se pudesse voltar no tempo me trancava neste lugar e jogava a chave fora...

Mais uma semana que passou voando. Será mesmo que o tempo acelerou ou é apenas impressão da gente que vive se atrolhando de coisas pra fazer e por isso falta tempo pra simplesmente curtir um pouco mais a vida?

Amanhã cedinho to caind0 na estrada. Vou passar o final de semana fora, pra variar um pouco. Não vou querer nem lembrar que semana que vem tenho trabalho atrasado pra entregar, que preciso re-encontrar com minha vontade de pintar...antes pegar no pincel era tão mais fácil, não precisava pensar em que questões me perco ou me encontro quando pinto, o que estou problematizando, em quem são meus referenciais. Antes nada disso interessava. Era minha inspiração e a vontade doida de pintar, apenas isso e, era o bastante pra me levar para outro mundo. Aliás que saudade desse mundinho que anda com as portas fechadas faz tempo...onde anda meu jardim secreto, com certeza perdido em algum sonho que há não visito. Saudade de outro tempo, de outro lugar, de outras lembranças, de outra pintura.

Uma semana Basbaum

RICARDO BASBAUM E AS DE SEMPRE

Andei ausente.

Este projeto de TCC esta me tirando tempo, força e a paciência mesmo. Ando com dificuldade para manter meu foco no trabalho e para ter um tempo de conversar com meu orientador (falta de tempo dele). E assim o tempo vai passando...Mas a semana passada trouxe um outro tempo e assunto de volta: o NBP. Foi o que chamei de "semana Basbaum", devido a visita do criador do objeto à Pelotas.

Convidado a ser um dos Artistas em Disponibilidade, do Projeto Pedagógico da Bienal do Mercosul, escolheu Pelotas para realizar o seu trabalho em consequência direta desta vinda do NBP para cá, trazida primeiramente por nós, As de Sempre.
O fato concreto resultante de tudo isso é que em agosto, Basbaum estará de volta à Pelotas com dois novos objetos além daquele que já se encontra aqui, proporcionando que outras pessoas experienciem o contato com o NBP, além de formar grupos de estudo sobre estas ações.

Para nós, As de Sempre, grupo formado por Bianca, Luisa e eu para a experiência com o NBP, foi uma grata surpresa este convívio de perto com um daqueles artistas/ícones que, em geral, apenas conhecemos através de livros. Isto desmistifica bastante este processo e faz com que um diálogo, antes considerado como muito improvável de acontecer, decorressse muito bem.

Agora, passada a "semana Basbaum" é enterrar a cabeça no trabalho, esperando por agosto quando novos desdobramentos da experiência NBP ainda vão acontecer...

Amanhã é um novo dia

Cair da tarde

Baita depre....mas isso passa!

Parece que ontem encerrou mais uma página da minha vida. Mais um compromisso que se foi...

Sempre achei que quando se chora a partida de alguém estamos na verdade chorando por nós mesmos, que ficamos um pouco mais órfãos, um pouco mais sós.

Mas a vida é isso mesmo, esperar pela morte, única coisa certa. Mas a maneira como vamos viver esta espera, este tempo, isto sim vai fazer toda a diferença entre uma vida cinza e sem graça unicamente esperando a hora fatal ou chutar o pau da barraca, aproveitar tudo que tem de bom e mais um pouco. Na verdade temos obrigação para com a gente mesmo de não deixar que estes anos transformem-se apenas numa espera vazia e incolor, vamos colorir nossos dias, viver tudo que de bom que se puder, sempre lembrando de que muito pior do que se arrepender das coisas feitas é o arrependimento do que se podia ter feito...bom, é hora de varrer a tristeza pra longe, e tocar a bola pra frente, porque a fila anda e não espera ninguém que fica marcando bobeira!

Acasos podem ser pequenos milagres...

Hoje foi um domingo lindo! Perfeito para tentar por em prática novas idéias velhas. Isto é, tirar da gaveta projetos são pensados mas postos de lado por diferentes motivos, talvez o principal, falta de coragem de tentar o diferente: a saida da rotina. Vamos ver se estes novos/velhos planos desta vez saem da estagnação! Tomara!!!

Enquanto isso, vou recordando um texto que acho, particularmente muito verdadeiro e agradecendo as forças do invisível por um pequeníssimo milagre que vi hoje....

"Ainda pior do que a convicção do não é a incerteza do talvez,é a desilusão de um quase!É o quase que me incomoda, que me entristece,que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase jogou ainda joga,quem quase passou ainda estuda,quem quase amou não amou.Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,nas chances que se perdem por medo,nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.Pergunto-me às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna???A resposta eu sei de cor,está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dias" quase que sussurrados.Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor,mas não são.Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma,apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Preferir a derrota prévia à dúvida da vitóriaé desperdiçar a oportunidade de merecer!Pros erros há perdão,para os fracassos, chances, para os amores impossíveis, tempo.De nada adianta cercar um coração vazioou economizar alma!Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance!Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,que o medo impeça de tentar.Desconfie do destino e acredita em ti!Gaste mais horas realizando que sonhando... fazendo que planejando... vivendo que esperando... Porque, embora quem quase morre esteja vivo,quem quase vive já morreu!"(LFVeríssimo)

NERUDA...

Segunda-feira, um final de tarde gris, frio, bem cara de outono mesmo. Propício a uma certa nostalgia, saudade...sei lá, acho que rima bem com Neruda.

Te recuerdo como eras en el último otoño.
Eras la boina gris y el corazón en calma.
En tus ojos peleaban las llamas del crepúsculo.
Y las hojas caían en el agua de tu alma.

Apegada a mis brazos como una enredadera,
las hojas recogían tu voz lenta y en calma.
Hoguera de estupor en que mi sed ardía.
Dulce jacinto azul torcido sobre mi alma.

Siento viajar tus ojos y es distante el otoño:
boina gris, voz de pájaro y corazón de casa
hacia donde emigraban mis profundos anhelos
y caían mis besos alegres como brasas.

Cielo desde un navío. Campo desde los cerros.
Tu recuerdo es de luz, de humo, de estanque en calma!
Más allá de tus ojos ardían los crepúsculos.
Hojas secas de otoño giraban en tu alma.

Leituras necessárias...

O jantar ontem esteve ótimo. Bastante mappeanos prestigiaram. Enfim, juntaram-se elementos perfeitos para fazer de uma noite fria, uma noite "caliente": boa comida, boa música e ótimos amigos para bater papo.

Hoje além de estar sem inspiração para escrever, preciso voltar a ler uns textos que já deveriam estar mais do que lidos...fazer o que, também sou humana e a preguiça bate!!!!

Pra encerrar por hoje, só um clipzinho das antigas mas que adoro, pura sessão nostalgia dos anos 80.

http://www.youtube.com/watch?v=tOyyrB1wj04

PARABÉNS MAPP!!!

Neste mês estamos comemorando os nove anos de fundação do MAPP, Movimento dos Artistas Plásticos de Pelotas. Ontem foi a abertura da mostra comemorativa e hoje a noite teremos um jantar embalado pelo som da voz e violão do artista Gilberto Isquierdo, nosso associado, lá no João Gilberto.

Comemorações a parte, acho que devemos fazer um balanço do que estes nove anos representaram não só para nós mappeanas de primeira hora, sim, meu nome está lá na ata de fundação da entidade, mas para todos que acreditaram no MAPP e a ele se associaram.

Não é fácil tocar para frente uma Instituição que não recebe ajuda monetária de outra parte, que não de uma contribuição mensal bastante pequena de seus associados e também da taxas de inscrição para participar de mostras, sendo que estas taxas retornam em forma de convites, cartazes, divulgação, coquetéis de abertura , etc. Nossa sede não é própria, portanto pagamos aluguel, condomínio, luz, telefone, internet, enfim toda uma infraestrutura necessária para podermos atender nossos associados.

A Diretoria tem se mantido mais ou menos a mesma desde nossa fundação, poucos nomes novos se juntaram a ela, e de dois em dois anos, fazemos quase que "uma dança das cadeiras" entre os cargos.

Talvez para alguns isto pareça ser o que popularmente é chamada de"panelinha", mas, em absoluto trata-se disto, pelo contrário, costumamos incentivar nossos associados para que lancem novas chapas quando aproxima-se a data da eleição.

Claro que sempre é preciso lembrar que todo o trabalho é no suor e no amor à camiseta, não existem cargos remunerados dentro do MAPP.

Sangue novo e idéias novas sempre serão bem-vindos.

Neste anos, o MAPP realizou uma caminhada que não foi em vão, muitas coisas como exposições, cursos, palestras, workshops, arte na rua, parcerias com outras importantes entidades, o reconhecimento da mídia, etc, foram realizadas e nos enchem de orgulho.

Sim existimos, não somos eletistas, aceitamos todos os artistas sem julgamento de suas obras, carreiras e feitos.

Não foram nove anos apenas de festas, como tudo na vida tivemos momentos não tão bons assim, mas o melhor de tudo é que a equipe teve garra para sair vitoriosa!

Parabéns para nós mappeanos, pois realmente merecemos! Mas quero particularizar este agradecimento à duas pessoas que sintetizam toda esta alma mappeana e que sem elas o MAPP não estaria aqui, vivo e orgulhoso de seu sucesso: Graça Antunes e Lília Costa, vocês são o espírito encarnado do MAPP. Obrigada, meninas!

Bonita música, confortável...

Ando Devagar
Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa

e levo esse sorriso, porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe

eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,

o sabor das massas e das maçãs,

é preciso amor pra poder pulsar,

é preciso paz pra poder seguir,

e é preciso a chuva para florir.

Sinto que seguir a vida seja simplesmente

conhecer a marcha, ir tocando em frente

como um velho boiadeiro levando a boiada,eu vou

tocando os dias pela longa estrada, eu vou,

de estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,

o sabor das massas e das maçãs,

é preciso amor pra poder pulsar,

é preciso paz pra poder seguir,

é preciso a chuva para florir

Sinto que seguir a vida seja simplesmente

conhecer a marcha,

ir tocando em frente

Cada um de nós compõe a sua história,

e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,

e ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs,

o sabor das massas e das maçãs,

é preciso amor pra poder pulsar,

é preciso paz pra poder seguir,

e é preciso a chuva para florir

Sinto que seguir a vida seja simplesmenteconhecer a marcha,

ir tocando em frente

Cada um de nós compõe a sua história,

e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,

de ser feliz...

http://www.youtube.com/watch?v=9_A7SyvHAxo

Leia o texto abaixo e depois leia de baixo para cima

"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Clarice Lispector

...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...
Pablo Neruda

Pensamentos, pensamentos...

Talvez seja apenas efeito da tarde gris, chuvosa...trazer Yeats até aqui!

QUANDO FORES VELHA

Quando fores velha, grisalha, vencida pelo sono,
Dormitando junto à lareira, toma este livro,
Lê-o devagar, e sonha com o doce olhar
Que outrora tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas;

Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,
Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,
E amou as mágoas do teu rosto que mudava;

Inclinada sobre o ferro incandescente,
Murmura, com alguma tristeza, como o Amor te abandonou
E em largos passos galgou as montanhas
Escondendo o rosto numa imensidão de estrelas.

LIBRERIA ATENEU

Ah, o exercício da escrita...passar horas olhando para a tela branca e nada. Mas, acredito na frase de Simone Weil: "Olhar, olhar, olhar, até que jorre a luz." Pois é, se hoje de, manhã me queixava que nem espremendo o cérebro ele não paria uma idéia, não posso me queixar, o trabalho está feito, concluidinho da silva e ponto.

Mas, escrever, de fato, é um exercício que não podemos relaxar se algum dia tivermos a intenção de poder ser entendidos no que registramos no papel ou na tela, atualmente. Eu, particularmente prefiro ler coisas impressas. Nada se compara ao prazer do livro nas mãos, manuseá-lo, sentir seu cheiro. Sim eu cheiro os livros, principalmente aqueles que recém saíram da livraria, aquele aroma do novo. Eu devoro livros, sou viciada neles.

Ano passado conheci uma livraria em Buenos Aires que, se eu pudesse escolher aonde ir depois de morta(se é que se vai a algum lugar senão ao embaixo da terra apenas...) diria: direto para a Libreria Ateneu e lá ficaria a fruir eternamente do prazerda companhia dos livros.

Cérebro estéril

Caí da cama muito cedo.

Perdi o sono por conta de uma idéia que preciso parir até de tarde.

Para segunda-feira temos que apresentar um projeto de curadoria de uma pequena exposição. Pior: estou completamente sem idéias, nem expremendo o cérebro elas querem aparecer.

Amanheceu bem frio por aqui...meu cachorrinho resolveu levantar junto comigo...semana que vem tenho montes de coisas marcadas...tenho aula hoje de tarde...preciso fazer a lista de supermercado, terminar de ler uns textos...UFA!!! Só divagações e nada de idéia! Vou voltar pra cama antes que eu congele por aqui.

Ex abandonados

Lembram daqueles bebês abandonados na noite de Natal? Aí está uma foto atualizada deles, lindos, inteligentes, alegres e muito bem cuidados pelo felizes papais Lúcia e Anderson.

Só um lembrete do Quintana ...

'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando se vê, já é sexta-feira...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê, já passaram-se 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'

Mário Quintana

PARALELO 31°

Nossa turma de Prática Profissional criou um blog para divulgar nossos projetos artísticos, nosso nome: Paralelo 31°, lá vamos postando nossas notícias, os links de amigos e parceiros de trabalho e divugamos nossos trabalhos, também. É um plano bastante ambicioso o nosso, de certa forma faremos parte da Bienal B do Mercosul, só que daqui de nossa cidade. O endereço: www.ufpel.edu.br/iad/paralelo31

PENSANDO O TCC

Série: Dos meus muitos eus

Série: Momentos roubados do tempo

Série: Masculinos-Singularis

Cada dia que passa mais de perto vejo as dificuladades em escrever o trabalho de conclusão de curso. No nosso caso, artes visuais, é uma dupla jornada, pois além da produção escrita precisamos ter uma produção prática que caminha paralelo a ela. Ambas tem que ter a maior conexão e falar exatamente da mesma coisa. É preciso que identifiquemos quem são os artistas que nos influenciam, que o trabalho tenha todo um embasamento bibliográfico. Enfim, paralelo a pintar muito é preciso pesquisar e ler mais ainda. Neste semetre temos uma disciplina que, apesarde ser optativa, julgo ser da maior importância para que a gente se familiarize com a maneira que será a qualificação de nosso trabalho. Todas as semanas um professor é convidado para ver e ouvir durante 10 min a nossa "defesa" do trabalho, após é a vez dele nos dar suas impressões, conselhos e opiniões. Claro que ao longo do semestre ouviremos discursos bastante díspares pois cada cabeça pensa de um jeito, mas de qualquer forma estes "conselhos" podem vir a ser muito úteis para se repensar certas questões. Para melhor pensar sobre mimha produção desde que entrei para a faculdade escolhi para esta avaliação tres obras que configuram tres séries diferentes entre sí. A primeira Masculino-Singularis, já está encerrada e dela fiz uma mostra individual na Secretaria da Cultura em 2007. As outras duas ainda estão em andamento e uma delas será o tema do TCC. Todas tem em comum a temática pessoas na figura do outro, dos outros e eu mesma.

As de sempre X NBP

No mes que vem receberemos a visita de Ricardo Basbaum que vem participar da Bienal do Mercosul.

Puxa vida até parece mentira que meses se passaram sem que eu escrevesse uma só linha por aqui...e dizer que quando criei meu blog a intenção era a de manter por aqui um exercício da escrita que agora está começando a ser tão solicitada em função do trabalho de conclusão de curso no semestre que vem. Paciência, sempre é tempo de recomeçar.
Para início de conversa o endereço da nossa postagem do trabalho com o NBP de Ricardo Basbaum: http://www.nbp.pro.br/. Em março o NBP seguiu seu rumo. Neste momento encontra-se com uma professora do IFI, que está fazendo com ele um trabalho junto aos seus alunos. Quanto ao nosso trabalho, acho que conseguismo algo diferente dos outros que vimos no site. Desde o princípio a idéia de que o NBP entrava como um virus violento na nossa idéia e que deixava sequelas foi o foco do trabalho. O vídeo está no youtube, é só olhar....http://www.youtube.com/watch?v=eCiPTOJ2TFw&feature=channel_page

Dor xavante

Ontem a tarde, voltando do Uruguai, ouvimos pelo rádio do carro a horrível notícia da tragédia ocorrida com o ônibus do Brasil de Pelotas. Foi algo chocante que fez com que ficássemos calados e acompanhando a rádio Pelotense desde Dom Pedrito até aqui. Apenas a rádio rompeu o silêncio em que mergulhamos até aqui. Claro que esta tragédia por sí só já nos deixa chocados ( há alguns anos atrás perdi algumas primas de São gabriel em um acidente parecido com este ).

A gente se coloca no lugar da família destas pessoas que perderam suas vidas de maneira tão cruel. Mas ouve algo que fez com que a emoção me subisse aos olhos, a maneira como os xavantes se espalham pelo Brasil inteiro e, de como diante de toda esta tristeza, se uniram na dor, manifestando-se em mensagens e e-mails que chegaram durante toda a tarde à rádio.

A garra xavante, as cores, a batida dos tambores sempre me chamaram, embora há muitos anos só acompanhe futebol de longe. Quando era menina sim, acompanhei, e muito, a minha tia Octacília, figura que foi muito popular no time, pois chegou a fazer parte de seu Conselho, e que ainda tem seu nome na calçada defronte ao estádio. Para ela, que está totalmente fora do mundo lógico a alguns anos, e para minha mãe, que já mudou de dimensão há dois anos, esta dor foi poupada, pois sei que elas sentiriam demais não só a perda de vidas mas também este buraco enorme aberto na alma xavante, que cada torcedor divide.

Tem coisas que a gente pensa que deixou perdida na infância e descobre assim, de repente, que continuam bem vivas dentro de nós. Redescubro e assumo que meu coração é vermelho e preto, e vou torcer muito para que o time se erga de toda esta dor com mais garra ainda e possa oferecer para seus heróis mortos, a homenagem de muitas vitórias!