domingo, 30 de maio de 2010

Como um dia de domingo



Domingo é o dia em que vez por outra mais lembro de minha infância. Nestas manhãs por uma questão de costume, criação, tradição de família sei lá, ia à missa. Na verdade, eu e minhas amigas/vizinhas não íamos por questões de fé mas sim porque naquela época os meninos que nos interessavam também iam, e, a missa se transformava num grande local de paquera mesmo. Ainda hoje adoro o som de sinos que ainda se ouve nestas manhãs. Aqui na minha nova casa não os escuto como antes lá na Anchieta. É engraçado como este som parece abrir uma lembrança esquecida de um dia luminoso, ensolarado, uma igrejinha branca meio distante em um local mais elevado, roupas no varal voando brincalhonas ao sabor do vento. Não sei se isto vive apenas em minha imaginação, se é a materialização de uma cena lida em algum livro, se é uma recordação de outra vida. Não sei e isso não me aflige, apenas é uma sensação muito, mas muito boa mesmo. Apenas é mais uma coisa que perdi...como tantas outras. Paciência é pra frente que se anda e, ainda não aprendi a ser conformista, nem quero e lá no fundinho alimento a esperança de que em meu futuro(que,por favor, seja no imediato)ainda haja, muitas sensações boas, inebriantes, enfim que ainda haja muita vida plena por vir.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Finalzinho de quarta-feira


Daniel, adorei teu leão, que" por acaso" é meu sígno

Quarta-feira terminando e resolvi dar uma passadinha por aqui só para não perder o costume. Cheguei tarde da faculta pois hoje foi a primeira palestra do projeto: Artista vive de que?, da profe. Neiva Bohns. O primeiro artista convidado para falar sobre sua carreira foi o Daniel Acosta, que mandou muito bem na sua fala. Taí um cara que tem um ótimo trabalho dentro da arte contemporânea, que se mantém sempre fiel as suas próprias idéias e a seu rítmo na vida e na arte. Acho isto muito legal e admiro muito o seu trabalho.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

All the lost souls!



Não sei se vocês como eu gostam das músicas do James Blunt. Eu adoro, particularmente Same Mistake. Acho muito sugestivo o título deste CD, parece que neste momento ele também está fazendo parte de toda esta legião de almas perdidas que esta vagando por aí...

Ah, a Martha Medeiros...

Começo esta semana com a Martha Medeiros, de quem estou lendo um livro ótimo, como tudo que ela escreve! Aliás se eu parar pra pensar chego a conclusão que minha analista pode ficar até frustada pois, apesar de me escutar pacientemente toda a semana, por vezes parece que a Marta conhece meus pensamentos melhor até mesmo que eu...

Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir Pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúscula do meu pudim preferido.
Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.


Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: um pudim inteiro
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.


Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . .

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Apenas dando um tempo de recolhimento


Epahei Mãe Iansã, que eu volte melhor e mais forte!

Preguiça, esta tem sido a marca registrada de minha vida nos últimos tempos. Na verdade é como se este semestre eu esteja numa grande ressaca de tudo que foi o ano passado e o início deste, em termos de trabalho e mudanças. Às vezes me sinto como uma semente em estado de latência que não tem certeza ainda se vai germinar ou se deixar secar. Parece um pensamento meio amargo(só meio? fala sério...). Não quer dizer que só esteja sentada em cima da bunda, não fazendo absolutamente nada. Não é isso, apenas estou evitando de alçar novos vôos, de experienciar novas coisas. Estou preferindo caminhar apenas em territórios conhecidos, talvez, armazenando forças para os próximos passos, pois eles forçosamente terão de vir ou estarei decretando minha total inércia, falência mesmo de vida útil. E este nunca foi meu perfil, o de entreguista, medrosa. Estou dando somente um tempo de descanso para a guerreira cuidar melhor e polir com firmeza suas armas...