A doutrina Wicca define-se
como a busca de auto-conhecimento, da harmonia com os poderes, ritmos e ciclos
da natureza e pelo equilíbrio do homem com o seu meio.
A
doutrina Wicca define-se como a busca de auto-conhecimento, da harmonia com os
poderes, ritmos e ciclos da natureza e pelo equilíbrio do homem com o seu meio.
Com base nesta visão, em tradições populares europeias, nas escolas ocultistas
e nas técnicas xamânicas, foi sendo construída a religião também chamada
Paganismo, Neo-Paganismo ou Religião Antiga, baseada na imagem de uma deusa-mãe.
Wicca
significa "A Arte" ou "Bruxaria", e nasceu na tradição
anglo-saxónica, inspirada em mitos e divindades celtas, galesas e irlandesas, e
pela mitologia greco-romana acrescida das tradições populares.
A
doutrina Wicca entende a magia como um conjunto de técnicas capazes de
manipular positivamente as energias naturais, e tem como lema: "Faz o que
queres, sem prejudicar ninguém".
O
paganismo, centrado na Natureza, valoriza os ciclos e a geração da vida. Sugere
uma aproximação do matriarcalismo das primeiras sociedades humanas. A
observação dos ritmos e da fecundidade da terra inspira respeito e propõe uma
relação de cumplicidade entre masculino e feminino, simbolizada pela relação
entre Deusa e Deus.
O
objetivo da identidade pagã é libertar homens e mulheres dos seus papéis
rígidos e estereotipados para que possam viver em comunhão entre si e com o
Universo.
O
Paganismo é representado pela deusa Sheila-na-gig, deusa da fertilidade na
mitologia britânico-celta, que tinha genitais proeminentes, representando a
vida nascida da fêmea. Com o advento do Cristianismo, passou a ser descrita
como um demônio feminino, e era retratada na parte externa das igrejas inglesas
como símbolo do Mal. Algumas outras faces da Deusa são Lilith, Ísis, Deméter e
Hécate.
A Deusa é
também representada nos aspectos de Donzela, Mãe e Anciã, simbolizados nas
fases crescente, cheia e minguante da Lua e o seu consorte é o Sol.
O
Feminino Divino foi a imagem sagrada que manteve a humanidade ligada à Natureza
e tornou-se sinônimo de fertilidade, sabedoria, harmonia, justiça e beleza.
Durante o Neolítico e o Paleolítico, a humanidade viveu em harmonia mágica com
o ciclo da vida, mas com o desenvolvimento da civilização, a Natureza passou a
ser imaginada como uma força indomada a ser subjugada e controlada.
Foi nesse
processo de separação que a unidade da vida se tornou dualidade, Espírito e
Natureza, Mente e Matéria, Deus e Deusa. Deus foi identificado com o espírito,
a luz, a mente criativa e o bem. À Deusa, foram associados a Natureza, a
escuridão, o caos e o mal, associada à mulher pela ligação com os seus ciclos e
pelo instinto.
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